Aventuras Empresariais. - Resenha crítica - John Brooks
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Aventuras Empresariais. - resenha crítica

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Startups & Empreendedorismo

Este microbook é uma resenha crítica da obra: Business Adventures

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 8568905013, 978-8568905012

Editora: Best Business

Resenha crítica

Querendo saber um pouco mais do mundo empresarial? Quem sabe até mesmo ver algumas histórias motivadoras? Aqui neste microbook você tem acesso a 12 histórias reais do mundo corporativo, e pode ver alguns momentos decisivos de dentro, entendendo que existem sim formas de crescer, mesmo diante de um cenário improvável.

O autor aqui é John Brooks, um escritor e colunista do The New Yorker Magazine, especializado em assuntos do recorte financeiro e empresarial. Tendo sido o autor de diversos livros de ficção e não ficção, ele é o nome por trás do Lobo de Wallstreet. Conheça mais do que este mestre tem a compartilhar nos próximos 12 minutos.

A cobiça pode dominar seus negócios

Infelizmente, a cobiça é uma das forças primárias do mundo dos negócios. Ela é um grande motivador e tem se tornado cada vez mais frequente no meio corporativo. Muitas empresas são destruídas pela cobiça e até mesmo o sistema de imposto de renda americano foi vítima deste mal.

No início da implantação do imposto de renda federal americano em 1913, o sistema era justo e tinha boas intenções. Todos seguiam as regras e eram taxados de acordo com o que podiam pagar. Mas, com o tempo, os mais ricos e gananciosos encontraram buracos na lei para evitar pagar de acordo com as regras. As taxas subiram e, com elas, o número de medidas de evasão fiscal praticadas pelos ricos.

No início, as alíquotas dos impostos variava de 1% a 7%, sem os buracos para evasão e sem a diminuição dos pagamentos. Já em 1944, elas variavam entre 23 a 94%. De 1920 em diante, a evasão começou a acontecer, permitindo que as pessoas com maior renda evitassem o pagamento da quantia total que deviam.

Com a ajuda de consultores financeiros especializados em leis fiscais, as corporações podiam se aproveitar de brechas na lei, bem como as pessoas muito ricas. Isso significava que elas podiam acabar pagando a mesma porcentagem que pessoas de classe média.

Para as pessoas normais, as regras são tantas e tão confusas que é quase impossível aproveitar as brechas existentes e, como a maioria das pessoas não pode pagar um consultor financeiro, o imposto de renda se tornou muito mais injusto e caro. Esse sistema resistiu à reforma por anos e a maioria das tentativas de consertar o problema só geraram mais buracos.

Não há uma solução clara para esse problema, mas os contribuintes americanos são uns dos mais obedientes do mundo em relação ao imposto de renda. Eles pagam seus impostos mesmo quando estão sem dinheiro, simplesmente porque é a obrigação deles. E sem dinheiro ou não, os fundos financeiros são vitais para o país. Infelizmente, a ganância é uma poderosa força que corrompe as pessoas e faz com que abusem do sistema para enriquecerem.

Seguir a lei evita que a ganância vá longe demais

Com a ganância tomando conta de muitos negócios, não é surpresa nenhuma que algumas pessoas irão desobedecer a lei para obterem ganhos financeiros. Esse foi o caso de 13 membros do ‘Texas Gulf Sulphur’ (TGS), que se envolveram em negociações com informações privilegiadas, uma violação direta da Lei de Valores Mobiliários, aprovada pelo Congresso em 1934. Antes do incidente do TGS, as agências de governo não se importavam com as violações dessa lei, já que ela era um pouco obscura, mas esse caso de 1960 mudou tudo.

Negociar com informações privilegiadas é o ato de usar informação interna, que não está disponível ao público, para ganhar dinheiro com as ações da sua própria companhia. Nesse caso, os funcionários do TGS tinham informações confidenciais sobre a descoberta de uma mina valiosa e sabiam que quando isso viesse a público, as ações da empresa se valorizariam. Esses membros compraram diversas ações da companhia antes que a informação sobre a mina viesse a público, sabendo que obteriam ganhos financeiros substanciais.

Antes da Lei de Valores Mobiliários, esse comportamento era totalmente legalizado e, mesmo depois de sua aprovação, negociações com informações privilegiadas ainda eram comuns, porque a lei nunca era aplicada. Mas a Comissão de Valores Mobiliários (SEC) decidiu que esses funcionários do TGS haviam dado a perfeita oportunidade para acabar com esse comportamento ilegal.

Os membros do TGS não só compraram ações usando informação interna, mas a companhia tinha feito também comunicados à imprensa para desorientar o público sobre o valor da mina, até que estivessem prontos para revelar o real valor. Isso também era uma violação da Lei e os infratores foram forçados a devolver os fundos que ganharam com as informações privilegiadas. SEC levou o caso a julgamento e, apesar de terem conseguido condenar apenas 2 dos acusados, um recurso derrubou essa decisão e declarou todos os 13 envolvidos culpados.

O resultado disso é que todo mundo em Wall Street sabe que esse comportamento será punido pela lei. É claro que isso não impede que pessoas utilizem informações privilegiadas quando acreditam que não serão pegas, já que para alguns os ganhos são maiores que os riscos de serem pegos. Mas a SEC está pronta para processar qualquer um que for pego violando a Lei.

Ignorar o mercado e as opiniões do público pode ser fatal

Uma regra recorrente nos negócios é conhecer e obedecer seu mercado. Existem inúmeras histórias de pessoas que não fizeram isso e estão sofrendo as consequências. Uma das mais histórias mais notáveis sobre isso é a da montadora de veículos Ford e seu fracassado carro Edsel. Esse projeto começou com a intenção de seguir as regras, mas, no final, fatores econômicos e de mercado foram ignorados e o carro teve resultados negativos.

Nos anos 40, a Ford produzia principalmente carros de preços baixos, mas em 1948 ela decidiu que era hora de entrar no mercado de carros médios. Os executivos da Ford perceberam que quando a renda dos consumidores subia, eles paravam de comprar carros da Ford para comprar carros mais caros. A Ford estava perdendo consumidores para seus competidores e era hora de mudar isso.

Em 1955, eles começaram a fazer pesquisas de opinião com seus times de especialistas em design e marketing e investiram dinheiro no desenvolvimento de um novo projeto, o Ford Edsel. Quando o carro foi um fracasso dois anos depois, o time alegou que havia projetado um veículo para satisfazer seus clientes e que não entendia o que tinha dado errado. Mas o problema era que a Ford não estava prestando atenção na opinião do público e nas tendências do mercado.

Eles desenharam o Edsel com base nas opiniões dos membros do seu time, sem considerarem a opinião do público. Nomearam o carro contra as preferências do público e da família Ford e falharam em notar que o mercado estava caminhando em direção aos carros menores e mais baratos. Quando o novo modelo entrou no mercado, não estava apenas fora de moda, mas também fora da faixa de preço preferida pelos consumidores. Além disso, o carro era mal construído e apresentava problemas mecânicos.

Como resultado, o modelo Edsel não cumpriu suas metas de venda e a Ford perdeu por volta de $350 milhões. Felizmente, eles eram ricos e bem-sucedidos o suficiente para lidarem com essa perda e, com essa experiência, puderam aprender uma lição valiosa. Mas nem todas as companhias podem superar um erro dessa magnitude.

Você pode trabalhar de maneira ética e sustentável

Embora haja, no mundo dos negócios, pessoas gananciosas e com más intenções, algumas pessoas estão no mercado para ajudar umas às outras. Apesar de estarem no mercado para fazer lucro, elas podem assumir um compromisso de fazer isso enquanto evitam intencionalmente atitudes antiéticas. E é esse o caso de David Lilienthal e sua empresa, que se tornou um meio para fazer do mundo um lugar melhor.

Lilienthal era um administrador público que trabalhou para a Tennessee Valley Authority e mais tarde se tornou o presidente da Comissão de Energia Atômica dos Estados Unidos. Isso aconteceu durante o programa New Deal de Franklin. D. Roosevelt, que buscava reduzir o desemprego, auxiliar os pobres e reparar os danos causados pela Grande Depressão. Lilienthal era um defensor dos ideais do New Deal e estava muitas vezes em desacordo com Wall Street. Quando ele se aposentou, ele não interrompeu sua carreira. Acabou se tornando um consultor corporativo e negociava ações com sucesso, mas queria fazer mais que isso.

Toda sua experiência o levou a acreditar na força positiva que os negócios podiam ter para fornecer empregos e melhorar o mundo socialmente e ambientalmente. Com isso, ele decidiu construir seu próprio negócio, chamado Corporação de Recursos e Desenvolvimento. Através desse negócio, ele foi capaz de construir barragens, facilitar a conservação de águas e limpar cidades nos Estados Unidos e em todo o mundo. Seu negócio não era impulsionado pela ganância, mas por um desejo sincero de melhorar o mundo.

Esse exemplo dá a esperança de que existem pessoas boas no mundo dos negócios e de que a ganância não precisa ser tudo. Enquanto a Corporação de Recursos e Desenvolvimento ainda dá lucro e permite que os investidores ganhem financeiramente, é também um grupo de obras públicas que se esforça para melhorar o mundo.

Você deve agir com honestidade e boas intenções

Como existem inúmeras pessoas agindo com egoísmo e ganância, pode ser difícil confiar em alguém no mundo dos negócios. E quando os negócios querem proteger seus segredos, pode ser ainda mais difícil confiar. Algumas vezes, essa desconfiança pode ir longe demais e os direitos dos seus funcionários podem ser infringidos.

O engenheiro químico Donald W. Wohlgemuth, precisou lutar para que conseguisse ser contratado por uma empresa rival da fabricante aeroespacial americana B.F. Goodrich Company.

A motivação de Wohlgemuth para deixar a Goodrich e aceitar o emprego na International Latex Corporation não tinha nada a ver com o desejo de prejudicar ou enfraquecer a companhia antiga. Seu novo emprego na Latex ficava mais perto da família de sua esposa, ele havia sido promovido e seu salário subiria. Então, não é de se admirar que ele aproveitou a oportunidade.

Entretanto, a empresa Goodrich se recusou a deixar que ele saísse, pois estavam temerosos de que Wohlgemuth divulgaria os segredos do desenvolvimento do traje espacial para a Latex. Além disso, era possível que a Latex tivesse contratado Wohlgemuth para aproveitar a oportunidade de obter os segredos da Goodrich.

A Goodrich levou seu funcionário à justiça em uma tentativa de prevenir legalmente que ele aceitasse o emprego com a Latex ou com qualquer competidor.

Isso acabaria com a carreira de Wohlgemuth e faria com que ele fosse propriedade exclusiva de Goodrich. Entretanto, a Latex argumentou que eles não queriam os segredos da Goodrich, mas sim a experiência e qualidade do funcionário. No final das contas, a Goodrich não conseguiu evitar legalmente que Wohlgemuth trabalhasse com trajes espaciais para a Latex. Eles só conseguiram uma liminar para evitar legalmente que ele compartilhasse os segredos com sua nova empresa.

O caso de Wohlgemuth levanta muitas perguntas de diversos cientistas e desenvolvedores, que questionam se estão presos em seus empregadores atuais por saberem segredos comerciais das empresas. Na realidade, desde que essas pessoas ajam com honestidade, elas não quebrarão nenhuma lei ao mudar de empresa. Se você é um profissional, evite compartilhar qualquer coisa que não seja de sua propriedade intelectual, pois isso pode prejudicar sua antiga empresa.

Não se envolva em negócios fraudulentos por causa da ganância

Um dos exemplos mais assustadores de ganância no mundo dos negócios aconteceu na década de 60, em que uma série de licitações fraudulentas e escândalos de fixação de preços tomou conta da indústria de equipamentos eletrônicos. As companhias envolvidas conspiraram juntas para obrigar o consumidor a pagar valores absurdos por seus produtos. Todas elas concordaram em fixar os preços a uma mesma taxa, o que eliminava a competição e fazia com que os consumidores não tivessem outra opção além de pagar pelos altos preços.

A General Electric (GE) era uma das companhias envolvidas nesse esquema de corrupção. Os executivos responsáveis mantinham um diálogo sobre as regras da fixação de preço e outras políticas questionáveis.

Enquanto explicavam a seus funcionários os regulamentos federais sobre a política de fixação de preços, piscavam uns para os outros. Essa era a forma que os executivos encontraram de comunicar de maneira não verbal a seus funcionários que eles deveriam desconsiderar essas regras e continuar praticando os métodos de fixação de preço.

Isso deu às pessoas a possibilidade de usar como desculpa o mal-entendido entre os chefes e os funcionários, o que tiraria a culpa da empresa e colocaria nos próprios funcionários. Práticas desonestas como essa colocaram muitos trabalhadores em apuros, mesmo que eles estivessem apenas seguindo ordens de seus superiores. Os líderes eram capazes de colocar a culpa por suas práticas gananciosas em seus subordinados e até mesmo puni-los com cortes de salários e outras penalidades.

A GE operou dessa maneira por muitos anos, facilitando comportamentos ilegais como a fixação de preços, enquanto fingia ser um exemplo no mundo dos negócios. Eles fizeram questão de não só manter a cultura de fixação de preços, mas também de saírem ilesos disso. Mesmo tendo sido descobertos, eles escaparam com uma advertência e nada mais. A triste verdade é que muitas companhias tentarão escapar ilesas das práticas antiéticas se as recompensas forem maiores, porque a ganância ainda é uma força essencial nos negócios.

Tome cuidado com suas emoções e seja racional

As pessoas são o coração dos negócios e é por isso que eles estão sempre mudando. O mercado de ações é um excelente exemplo do fluxo constante de emoções humanas, opiniões e motivações. Quando há confiança, o mercado permanece estável. Mas quando as coisas são incertas por algum motivo, há uma grande confusão. Isso foi o que aconteceu em 1962, quando houve uma queda do mercado de ações.

Ainda não se sabe exatamente porque o mercado afundou no dia 28 de maio, mas foi provavelmente uma combinação de fatores. Além disso, graças ao número alto de transações acontecendo, houve um atraso em reportar o problema, o que manteve as coisas em estado de confusão contínuo.

Seja qual for o motivo, nesse dia em particular, o mercado abriu e começou a cair. Enquanto caía, as pessoas começaram a entrar em pânico e a vender suas ações a qualquer preço para evitar maiores perdas. Todos estavam lutando para cuidar de seus próprios interesses. Os relatórios estavam atrasados e, por conta disso, os números pareciam imprecisos e naquele momento ninguém tinha certeza do valor de nada. O atraso fez com que o público ficasse histérico.

O mercado só se estabilizou alguns dias depois por conta do gerenciamento cuidadoso das ações da AT&T e em razão do apoio dos fundos mútuos que não venderam suas ações e conseguiram segurar o mercado gastando muito dinheiro nas ações baratas que estavam desvalorizadas com a queda do mercado. O mercado só se recuperou por causa das pessoas que conseguiram manter a calma durante o pânico. Quando as pessoas são o centro de alguma coisa, emoções exercem um papel importante no funcionamento dela. Se todos os donos de ações tivessem sido capazes de pensar racionalmente, provavelmente o mercado se estabilizaria em algumas horas, mas a incerteza e o pânico fizeram com que as pessoas perdessem a razão.

Notas Finais

A ganância é um infeliz motivador no mundo dos negócios e faz com que muitas pessoas e corporações sejam desonestas e desleais. Mas nem todo mundo é ganancioso ou ruim. Alguns possuem princípios éticos e procuram utilizar suas companhias para fazer o mundo melhor de alguma maneira. As histórias no ‘Business Adventures’ são exemplos do que é bom e ruim no mundo corporativo americano.

As pessoas são o coração dos negócios e é esse o motivo pelo qual as coisas podem dar errado. Seja porque elas quebram as regras intencionalmente ou porque cometem um erro, emoções e motivações individuais fazem toda diferença. Pode ser distorcendo um sistema como o imposto de renda federal ou cometendo um erro de julgamento baseado em seu orgulho, levando seu negócio ao fracasso.

Mas as pessoas podem também querer fazer a diferença e mudar o mundo para melhor. Cada história tem lições valiosas com ensinamentos que se aplicam ao mundo dos negócios tanto do presente quanto do futuro.

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Quem escreveu o livro?

John Brooks foi um autor e colaborador do The New York Times, onde escrevia sobre economia. O autor Nova-iorquino também usou seu conhecimento de negócios e finanças para ajudar outros autores. Ele atuou como presidente da Guild Authors durante quatro anos, de 1975 a 1979. Brooks também atuou como vice-presidente da PEN durante quatro anos, como vice-presidente da Sociedade de... (Leia mais)

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